O transcurso do ano de 2004 frustrou as expectativas da Greca Asfaltos de recuperar-se do péssimo desempenho na comercialização de produtos asfálticos ocorridos no ano anterior, 2003, que havia se caracterizado como o pior dos últimos 10 anos para o setor. Tal desempenho decorreu da inércia do poder público em relação ao atendimento às necessidades de manutenção e expansão da malha rodoviária nacional.
Para o próximo ano, o setor será premiado se puder contar com apenas 20% do montante que as autoridades governamentais prometem canalizar para investimentos em infra-estrutura viária. No entanto, nem esta perspectiva encontra-se assegurada, pois todas as declarações soam como um “protocolo de intenções”, sem aparentar compromisso firme do poder público, anunciando de forma detalhada e definitiva, explicando como tal programação se processará.
A falta de definição clara e objetiva prejudica a organização do setor de distribuição de asfalto para o atendimento a uma determinada demanda, pois ela é desconhecida. Não há base sólida para saber se ela ocorrerá ou não, e nem em que intensidade. Os recursos da CIDE, se aplicados para o fim previsto em sua criação, poderiam propiciar uma retomada dos empreendimentos rodoviários gerando novos empregos que dispensariam, em parte, os programas sociais instituídos pelo poder público e que muitas vezes desvirtuam-se de seus reais objetivos.
Apesar deste panorama de incertezas, a Greca Asfaltos encontra-se apta a atender a sua parcela na demanda do produto pelos clientes. Entretanto, este atendimento seria otimizado se fosse possível contar com a perspectiva de seu volume e distribuição ao longo do ano de 2005, pois é sabido que a falta de investimentos em infra-estrutura e, principalmente, sua imprevisibilidade contribui para o surgimento de “gargalos” no transporte rodoviário e no atendimento tempestivo de insumos nas obras em execução.
Investimento em obras viárias, por se tratar de patrimônio nacional, é assunto sério e como tal é encarado em todos os países que se preocupam realmente com a manutenção de seu desenvolvi-mento e com o bem-estar de suas populações. É tempo de mudar o hábito brasileiro de canalizar recursos para a execução de obras públicas somente em meses pontuais ou vésperas de eleições.
Amadeu Greca

Presidente da GRECA Asfaltos